Padre João Mohana, a Última Ceia de Jesus Cristo, a Páscoa cristã e o sentido da vida plena

O tema da vida marcou profundamente a obra literária do padre João Mohana (1925-1995), cujo centenário será celebrado no Maranhão, no próximo mês de junho. Em seus livros Mohana escreveu que a ideia de vida está ligada sobretudo à Páscoa cristã, que é a passagem da morte para a vida; em outras palavras, da vida mortal para a vida eterna da ressurreição gloriosa.

Mohana dizia que para Jesus, como para os judeus de hoje, a Páscoa judaica comemorava a passagem da escravidão, em terra estrangeira, do povo eleito por Deus para a sua liberdade na terra, “onde corria leite e mel”, a ele prometida pelo mesmo Deus.

No discurso do pão da vida, Jesus explicou aos seus ouvintes que, durante os 40 anos da passagem do Egito, através do deserto, para a “terra prometida”, os israelitas, alimentando-se do maná, não comeram o pão do céu, já que morreram, sem um claro horizonte ultraterreno. O próprio Moisés, o libertador, não entrou na terra prometida, porque vacilou na sua confiança em Deus. E morreu ao avistá-la de longe, na terra de Moabe, indo melancolicamente reunir-se aos seus, na região dos mortos, o Sheol (Deuteronômio 32:49-52; 34,4-6).

Ele, Jesus, o novo Moisés, o Filho de Deus, é que nos veio dar o verdadeiro pão do céu, como deu aos apóstolos na tarde de Quinta-Feira Santa, conforme tinha prometido, no começo de sua vida pública:

“Não foi Moisés que vos deu o pão do céu. Vossos pais no deserto comeram o maná e morreram. Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. O pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo” (João 6: 32.49.51).

Jesus cumpriu esta promessa quando, na Quinta-Feira Santa, através do seu corpo entregue e de seu sangue derramado, sacramentalmente, instituiu a Nova e Eterna Aliança. Fazer a Páscoa passou a significar receber, através das espécies sacramentais do pão e do vinho, o corpo e o sangue de Jesus, garantia não de uma “terra prometida”, onde todos morrem, mas de um “céu prometido”, onde a vida é plena, porque lá ninguém morre mais.

Nesse texto, João Mohana lembra ainda que o autor da Carta aos Hebreus, um judeu convertido a Jesus, escreveu que Jesus, o Filho de Deus, participou de nossa condição humana, tendo carne e sangue, “a fim de destruir pela (Sua) morte o dominador da morte, isto é, o diabo; e libertar os que passaram toda a vida em estado de servidão, pelo temor da morte (Hebreus 2:14).

Enquanto a morte nos ameaçar com o medo de perdermos a vida, não seremos verdadeiramente livres. Vida e liberdade só podem ser plenas sem a ameaça e o medo da morte. Esta é “o último inimigo”, no dizer de São Paulo. É a última corrente da escravidão.

Mohana acrescenta que Jesus, o Bom Pastor, veio ao mundo para que tivéssemos “a vida e a vida em abundância” (João 10:10).

Pela sua morte, supremo testemunho dado ao amor, à justiça e à verdade da sua vida terrestre, Ele desmascarou e feriu mortalmente o ódio, o egoísmo, o orgulho, a mentira e a injustiça dos que buscam o reino do diabo, “mentiroso e pai da mentira”, “homicida desde o início” (Jo 8:44).

Pela sua ressurreição, Ele garantiu a vida plena, eterna e gloriosa, para aqueles que carregarem a sua cruz de cada dia e O seguirem “buscando em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça”.

O padre João Mohana sempre desejava a todos os cristãos a vida plena, garantida pelo “poder da ressurreição de Jesus”, que todos os anos celebramos, com tanto ardor e alegria, no Domingo de Páscoa, eixo e principal festa do Ano Litúrgico. O domingo tornou-se o Dia do Senhor, porque foi o dia da sua ressurreição.

Morte de Luís Cardoso causa consternação na imprensa, grupos de WhatsApp e redes sociais

Luís Cardoso foi encontrado sem vida na noite de sábado (12) em São Luís, em seu apartamento no Edifício Dubai Residense

Inúmeros internautas ocuparam as redes sociais e grupos de WhatsApp, neste final de semana, para lamentar a morte do jornalista e blogueiro Luís Assis Cardoso Silva de Almeida. Ele tinha 66 anos e foi encontrado sem vida na noite de sábado (12) em São Luís, em seu apartamento no Edifício Dubai Residense, localizado no bairro do Renascença. A família disse que saiu um lado médico confirmando que houve ataque cardíaco.

O corpo de Luís Cardoso foi velado na Central de Velórios da Pax União (Rua Oswaldo Cruz, Canto da Fabril) e, na manhã desta segunda-feira (14), ocorreu o sepultamento no Memorial e Crematório da Rua do Fio, na Estrada da Maioba, em Paço do Lumiar.

Além da repercussão nas redes sociais, o falecimento de Luís Cardoso ensejou notas de pesar emitidas pelo Governo do Maranhão, Assembleia Legislativa, Câmara Municipal de São Luís e outras instituições, além de diversos políticos, artistas e intelectuais.

O jornalista Luís Cardoso, um dos nomes pioneiros e de grande destaque da blogosfera maranhense, iniciou sua carreira em 1980, no jornal “Diário do Povo”, trabalhou em emissoras de rádio e televisão e teve também passagem por diversos periódicos e veículos de imprensa da capital maranhense. Também comandou a Comunicação na Câmara Municipal de São Luís.

Em 1986 Luís Cardoso participou da equipe fundadora do “Atos e Fatos, comandada pelo jornalista Udes Lemos Cruz. Na época, o jornalista Djalma Rodrigues era o editor do jornal. Em 2006, Luís Cardoso e Roberto Kenard fundaram em São Luís o jornal “Diário da Manhã”, editado num prédio localizado na Rua do Alecrim.

No ano de 2007, Luís Cardoso fundou o jornal “A Tarde”, com o slogan ‘A notícia de hoje’, editado na Rua dos Afogados. Também em 2007, ao completar 28 anos de jornalismo, lançou o Blog Luís Cardoso ‘Bastidores da Notícia’.

Cardoso deixa um legado de trabalho e dedicação à imprensa maranhense, que fica como exemplo para profissionais da área. Ele deixa também sete filhos: Gabriel Bulhões, Yuri Almeida, Luís Pablo, Neto Ferreira, Ynahae, Luís Felipe e Malu.

Nelin Vieira divulga livro com amplo perfil biográfico do sindicalista Carneiro Sobrinho

Nelin Vieira está às voltas com a divulgação de seu mais novo livro, ‘Carneiro Sobrinho: Vida, Sindicalismo e Discursos”, lançado ano passado em Arari

O jornalista e escritor Nelin Vieira está às voltas com a divulgação de seu mais novo livro, intitulado ‘Carneiro Sobrinho: Vida, Sindicalismo e Discursos”. Esta obra é uma biografia do sindicalista arariense Carneiro Sobrinho, destacando sua atuação no movimento sindical, em São Luís, nos cargos de juiz classista nos Tribunais Regionais do Trabalho do Maranhão e Ceará, e conselheiro na 19ª Junta de Recursos da Previdência Social do Maranhão.

Lançado em novembro de 2024, o livro ‘Carneiro Sobrinho: Vida, Sindicalismo e Discursos’ traça um amplo perfil biográfico do sindicalista José de Ribamar Carneiro Sobrinho, maranhense, natural da cidade Arari.

Carneiro Sobrinho, na juventude, marcou época como locutor do serviço de alto-falantes Voz de Arari, fundado pelo padre Brandt e Silva, foi gráfico no Jornal do Dia que, a partir de 1º de maio de 1973, passou a circular com o nome de ‘O Estado do Maranhão’. Ele é sindicalista, jornalista, advogado, juiz classista aposentado e titular-fundador das academias Arariense-Vitoriense de Letras e Arariense de Letras, Artes e Ciências.

“Sua vida pessoal, familiar e profissional têm sido uma corrente de inesquecível e cristalino valor, pontilhada de muita beleza. Orador de refinadas palavras que, por diversas vezes foi indicado para saudar altas personalidades, no Brasil e no exterior. E assim o fez com muita competência ao saudar o presidente Ernesto Geisel em nome da classe dos dirigentes sindicalistas, no Palácio do Planalto, em Brasília. Na saudação que fez ao governador João Castelo, por ocasião do lançamento da Pedra Fundamental da Casa do Trabalhador, em São Luís e ao presidente Figueiredo, quando de sua inauguração. Na Capital Federal, também teve a honra de falar para o seu conterrâneo, o presidente José Sarney, em nome dos magistrados classistas do Brasil”, escreve Nelin Vieira no livro de sua autoria.

Com 283 páginas, o livro ‘Carneiro Sobrinho Vida, Sindicalismo e Discursos’ tem prefácio assinado pelo escritor João Francisco Batalha.  Nelin Vieira nasceu em São Mateus do Maranhão, em 1957. É jornalista e contista. Graduou-se em Comunicação Social em 2002, pela Universidade Ceuma, com habilitação em Publicidade e Propaganda, e é pós-graduado em Jornalismo Cultural pela UFMA – Universidade Federal do Maranhão (2007).

Como contista e jornalista Nelin Vieira já colaborou com os principais jornais e revistas do Estado do Maranhão. É sindicalista desde 1985, e ocupa o cargo de presidente do Sindicato dos Securitários do Estado do Maranhão. Também é membro da Federação Nacional dos Securitários e da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito. Foi juiz do Tribunal Regional do Trabalho, como representante dos trabalhadores (1998/2001) e conselheiro da 19ª Junta de Recursos da Previdência Social do Estado do Maranhão, de 2005 a 2018.

É fundador do jornal são-mateuense O Tamburi e membro das Academias de Letras de Arari, Magalhães de Almeida e da Academia Literária do Maranhão (ALMA). É autor também do livro ‘O centésimo emprego de Seu Lelé Bristol’ (contos).

AML posiciona-se contra mudança de nome do Hospital Nina Rodrigues

A Academia Maranhense de Letras (AML) é contra a possível mudança de nome do Hospital Nina Rodrigues

A Academia Maranhense de Letras (AML) manifestou-se em carta contra a possível mudança de nome do Hospital Nina Rodrigues, em São Luís (MA). O debate surgiu a partir de questionamentos sobre a obra do médico e antropólogo maranhense, acusado de racismo em seus estudos. A AML, no entanto, defende a permanência da homenagem, destacando a importância histórica e científica de Nina Rodrigues para diversas áreas do conhecimento.

Patrono da Cadeira nº 3 da AML e reconhecido também na Bahia, onde ocupa a Cadeira nº 39 da Academia de Medicina, Nina Rodrigues foi um dos fundadores da antropologia criminal no Brasil. De acordo com a carta da Academia, assinada pelo presidente Lourival Serejo e aprovada em sessão no dia 27 de fevereiro, ao longo de sua trajetória, Rodrigues publicou mais de 60 obras, incluindo “Regime alimentar no Norte do Brasil” (1881), “A Morféia em Andajatuba” (1886) e “O alienado no Direito Civil brasileiro” (1901). O nome do escritor, segundo a AML, está registrado na história da imprensa maranhense, baiana e de periódicos internacionais.

Além de sua produção intelectual, Nina Rodrigues destacou-se na medicina, atuando em prol das populações mais vulneráveis. Esse trabalho lhe rendeu o título de “Doutor dos Pobres”. Para a AML, apagar sua contribuição sob o argumento de um revisionismo histórico equivale a desconsiderar sua relevância para a ciência e para o país.

A instituição ressalta, no entanto, que reconhece e respeita as lutas legítimas contra o racismo e as injustiças sociais. No entanto, defende que a preservação da memória de Nina Rodrigues não deve ser confundida com a conivência com práticas discriminatórias. Confira a íntegra da carta:

 

ACADEMIA MARANHENSE DE LETRAS

Manifesto pela permanência do nome do Hospital Nina Rodrigues

 

Sobre rumores de uma eventual mudança de nome do Hospital Nina Rodrigues, de São Luís (MA), a despeito de acusações de racismo do escritor, professor, antropólogo, psiquiatra, etnólogo e médico legista Nina Rodrigues, a Academia Maranhense de Letras (AML) manifesta-se com os seguintes argumentos:

Pela história, pelos estudos e pesquisas empreendidos ao longo de anos, como respeitável cientista e fundador da antropologia criminal no Brasil, nada apaga a incomensurável contribuição do escritor maranhense, patrono da Cadeira nº 3 da AML, à ciência e a diferentes áreas do conhecimento.

Nina Rodrigues teve seu trabalho reconhecido no Maranhão e em outros estados do País, como a Bahia, onde também é patrono da Cadeira nº 39 da Academia de Medicina.

Na condição de escritor e cientista, Nina Rodrigues deixou importantes obras como legado, em mais de 60 publicações, a exemplo de Regime alimentar no Norte do Brasil (1881), A Morféia em Andajatuba (1886) e O alienado no Direito Civil brasileiro (1901), e inscreveu seu nome na história da imprensa do Maranhão, da Bahia e de periódicos internacionais.

Como médico, dedicou-se por longo tempo ao trabalho clínico em favor das populações mais vulneráveis, o que lhe rendeu o epíteto de “Doutor dos Pobres”.

A pretexto de um revisionismo histórico, negar a obra e o trabalho do maranhense Nina Rodrigues é apagar da memória do Brasil todo o estudo a que ele se dedicou em vida. Por tudo isso, a Academia Maranhense de Letras manifesta-se contra qualquer tentativa de mudança do nome do Hospital Nina Rodrigues e ratifica o indeclinável respeito às lutas legítimas e reais de combate ao racismo e às injustiças sociais.

 

São Luís (MA), 27 de fevereiro de 2025.

 

Lourival de Jesus Serejo Sousa

Presidente

Morre em São Luís o radialista Elvas Ribeiro, o lendário “Parafuso”

Elvas Ribeiro, mais conhecido como “Parafuso”, era considerado uma lenda do rádio no Maranhão

Vítima de uma parada cardíaca, o radialista José de Ribamar Elvas Ribeiro, mais conhecido como “Parafuso”, faleceu em São Luís na noite de quinta-feira (27), no Hospital São Domingos, onde estava internado.

Considerado um dos mais importantes ícones do rádio maranhense, “Parafuso” tinha 93 anos. Ele fez história como sonoplasta das rádios Timbira e Ribamar, além de ter sido um dos fundadores da Rádio Difusora AM.

“Parafuso” nasceu em São Luís no dia 6 de setembro de 1931. Iniciou sua trajetória nas emissoras em 1953, quando começou a trabalhar na Rádio Timbira. Seu ponto de partida foi o trabalho de serviços gerais, mas não demorou a ser chamado por um dos diretores para trabalhar na mesa de som, como operador de rádio.

Posteriormente, o radialista tornou-se uma referência em sonoplastia no Maranhão. A competência de seu trabalho lhe rendeu passagens históricas nas rádios Timbira, Ribamar e Rádio Difusora AM.

A qualidade de “Parafuso” não se limitou ao rádio. No processo de chegada da televisão no Maranhão, seu nome está marcado como um verdadeiro pioneiro. Pela experiência no rádio, Elvas Ribeiro tornou-se o primeiro sonoplasta e um dos fundadores da TV Difusora, a primeira emissora de televisão do Maranhão, fundada em 1963.

Foi na Rádio Difusora que “Parafuso” protagonizou um episódio marcante do rádio maranhense: a Guerra dos Mundos. Na ocasião, ele fez parte da sonoplastia da adaptação radiofônica da obra literária que narra uma invasão de marcianos ao planeta. Por mal-entendidos, muitos ludovicenses acreditaram que, de fato, estavam sob uma invasão alienígena, o que gerou fechamento de comércios e até intervenções policiais.

A história foi tão marcante que mais tarde tornou-se obra literária. O episódio está registrado em detalhes no livro “Outubro de 1971 – Memórias fantásticas da Guerra dos Mundos”, organizado por Francisco Gonçalves da Conceição.

“Eu era sonoplasta, fazia os sons dos extraterrestres. Foi muito divertido, mas também muito sério. Fui interrogado pela Polícia Federal na época. As pessoas se zangaram comigo. Foi um acontecimento”, lembrou “Parafuso” sobre o ocorrido em uma entrevista a um jornal impresso.

Como radialista veterano, “Parafuso” eternizou sua experiência e conhecimento no livro autobiográfico intitulado “Memórias de um Parafuso”, uma obra que revela bastidores do rádio maranhense e sua trajetória profissional. O livro, lançado em São Luís em 2014, tornou-se uma referência para aqueles que desejam conhecer mais sobre importância deste grande sonoplasta e sobre a evolução do rádio no Estado do Maranhão.

Casado com Marly Ribeiro, hoje com 85 anos, “Parafuso” criou com esforço e honradez seus 10 filhos: Concita Elvas, Haroldo, George, Eduardo, João, Cláudia, Ribamar, Flávia, Conceição e Silvana.

O Governo do Maranhão divulgou nota de pesar, lamentando o falecimento do radialista e prestando homenagem, solidariedade e respeito à família, amigos e fãs de “Parafuso”, cujo talento e dedicação marcaram gerações de ouvintes e profissionais do meio radiofônico.

O diretor de Comunicação da Assembleia Legislativa do Maranhão, Juraci Vieira Filho, também publicou nota de pesar, inserida no site da Alema. O velório foi realizado na Central de Velórios Pax União (Rua Oswaldo Cruz, nº 1241, Centro, e o sepultamento aconteceu na tarde desta sexta-feira (28), no Memorial da Pax, em Paço do Lumiar.

Assembleia Legislativa realizará Sessão Solene em homenagem à redemocratização do Brasil

A presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale, autora da proposição que trata da sessão solene

Foi aprovado pelo plenário da Assembleia Legislativa do Maranhão, na terça-feira (25), requerimento de autoria da presidente da Casa, deputada Iracema Vale (PSB), para que seja realizada Sessão Solene destinada a homenagear os 40 anos da Redemocratização do Brasil, período conhecido como Nova República. A data e o horário da solenidade ainda serão definidos.

A Sessão Solene fará uma homenagem à liberdade democrática no Brasil. Foi a partir do reestabelecimento do Estado Democrático que o país alcançou avanços que culminaram com a promulgação da Constituição Federal, em 1988.

“Este período se iniciou com a posse de José Sarney como primeiro presidente civil após os governos militares, consolidando as instituições e garantindo direito e liberdade aos brasileiros”, destacou a deputada Iracema Vale.

O evento na Assembleia Legislativa do Maranhão ocorrerá após a Câmara dos Deputados ter realizado, este mês, Sessão Especial no Plenário Ulysses Guimarães, em Brasília (DF), em homenagem aos 40 anos da redemocratização do Brasil. O marco histórico é celebrado oficialmente em 15 de março, dia em que José Sarney, no ano de 1985, assumiu a Presidência da República país após 21 anos de ditadura militar.

Comissão da Câmara Federal aprova projeto que prevê avaliação periódica da saúde mental de agentes de segurança pública

A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 3744/24, que determina a avaliação periódica da saúde mental dos profissionais de segurança pública.

O relator, deputado Sargento Portugal (Pode-RJ), recomendou a aprovação do texto. “Esses profissionais, por lidarem com situações de alto risco, violência e trauma, ficam expostos a demandas emocionais e psicológicas extremas”, disse.

“A taxa de suicídio na população brasileira é de 0,07% por 100 mil habitantes, enquanto entre os policiais passa a 0,3% por 100 mil”, comparou. “Em 2023, por exemplo, houve mais PMs mortos por suicídio do que por conflitos”, lamentou o relator.

A proposta aprovada altera a Lei 13.675/18, que criou o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e já prevê avaliações periódicas de saúde para policiais e outros agentes. O texto aprovado complementa as regras ao prever que:

  • a primeira avaliação de saúde mental será feita no início do curso de formação na carreira; e
  • após a avaliação inicial, deverão ser feitas avaliações periódicas, com intervalo máximo de dois anos.

 

Caso seja constatado, em quaisquer avaliações, que o profissional apresenta algum transtorno mental, ele deverá ser imediatamente encaminhado para acompanhamento psicológico. Se for o caso, também para o serviço médico.

Os órgãos de segurança pública deverão manter estrutura apropriada e equipes de saúde, responsáveis ainda por eventual busca ativa, com discrição e respeito à intimidade. O acompanhamento psicológico durará todo o tempo necessário.

“As avaliações a cada dois anos permitirão o monitoramento constante da saúde mental, prevenindo casos de transtornos como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático”, disse o autor da proposta, deputado Pedro Aihara (PRD-MG).

O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas comissões de Saúde; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Para virar lei, terá de ser aprovado pela Câmara e pelo Senado. (Agência Câmara)

Hospital Nina Rodrigues celebra 84 anos de assistência em saúde no Maranhão

Referência em atendimento psiquiátrico do SUS no Maranhão, o Hospital Nina Rodrigues (HNR) comemorou 84 anos de funcionamento, na terça-feira (25). A unidade integra a Rede de Saúde Mental da Secretaria de Estado da Saúde (SES) garante suporte de urgência e emergência 24 horas, assistência ambulatorial, além de retaguarda clínica.

Durante a celebração dos 84 anos do Hospital Nina Rodrigues, a unidade reuniu os profissionais para comemorar os avanços na assistência com apresentação cultural, homenagens e muita alegria.

A assessora técnica da Secretaria Adjunta de Assistência à Saúde da SES, Thalita Abreu, afirmou que o hospital é eixo de referência para atendimentos em saúde mental. “Estamos muito felizes por comemorar mais um ano do Hospital Nina Rodrigues. São 84 anos garantindo atendimento em saúde mental na área de urgência e emergência, ambulatórios e enfermarias, que ano a ano vem buscando imprimir a excelência de um SUS humanizado para a população”, disse.

Atualmente, o equipamento dispõe de 25 leitos para observação nas 24h, cujos principais beneficiários são os pacientes do SUS que se encontram em surto psicótico. O hospital também conta com Serviço de Pronto Atendimento (SPA), prestando atendimento a pessoas com quadro de transtornos mentais também em regime de 24 horas, realizando média de 950 atendimentos mensais.

Na unidade, o usuário do SUS também encontra atendimento na Enfermaria de Curta Permanência (ECP). Equipada com 24 leitos para observação de até 15 dias, o paciente recebe acompanhamento especializado de médicos e enfermeiros da Residência Médica em Saúde Mental. O serviço em saúde mental também conta a Retaguarda Clínica, que atende via regulação pacientes em cuidados prolongados com 38 leitos de enfermaria e 6 leitos de UCI.

“O Hospital Nina Rodrigues é o segundo hospital mais antigo da rede estadual. Com o passar dos anos nós evoluímos, deixamos de ser um hospital psiquiátrico para nos tornar uma unidade referência que trata da saúde mental, que cuida de pessoas, pois esta é a preocupação do Governo do Estado e da Secretaria de Saúde, o de acompanhar o paciente no seu processo até a cura”, afirmou a diretora geral do Hospital Nina Rodrigues, Kamylla Moreira Lima.

Dona Maria Ana dos Santos Silva, de 86 anos, é assistida na unidade há sete anos. Tudo começou quando ela estava tendo acessos à depressão e ansiedade, que infelizmente foi agravado após o falecimento do seu marido há três anos, o senhor Vicente Laurindo. Hoje, ela se diz mais disposta e leve com o tratamento realizado no Ambulatório de Psiquiatria.

“Eu acho o meu atendimento muito bacana, porque eu vivia doente. As consultas estão ajudando a ficar mais calma, tranquila. Na minha idade, na velhice, agora tudo eu levo com calma”, compartilhou dona Maria Ana.

 

 

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Atendimento ambulatorial especializado à disposição

de pacientes com esquizofrenia e depressão resistente

 

Criado para o tratamento de pessoas com transtornos mentais graves e outras condições, o Centro de Neuromodulação por Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) acolhe pacientes com depressão resistente, Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), transtorno grave de ansiedade, entre outras condições. O espaço é responsável pelo atendimento ambulatorial geral e especializado de pacientes com diagnóstico de esquizofrenia e depressão resistente. Desde o início de suas atividades já foram prestados 5.092 atendimentos.

Wesley Pimenta, de 24 anos, esteve acompanhando o amigo Joubert Rogério Penha Santos, de 47 anos, na 19ª sessão de EMT como parte do tratamento contra depressão. “É a primeira vez que eu entro no Nina Rodrigues e eu não esperava algo assim, tranquilo. É um local tranquilo, familiar. Todos recebem a gente muito bem. É muito bom o atendimento aqui”, comentou Wesley.

O Núcleo de Atenção à Saúde Mental da Criança e Adolescente (NASMCA) é outro serviço destaque ofertado pelo HNR, atendendo crianças e adolescentes que apresentam quadros de sofrimento psíquico, Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de atenção e/ou hiperatividade, entre outros transtornos, encaminhados de unidades de saúde da rede municipal ou estadual.

Entregue pelo governador Carlos Brandão em 22 de julho de 2024, o Espaço de Cuidados Psicossociais – Enfermaria de Saúde Mental consiste em ser um serviço destinado a pacientes sentenciados em processos penais que possuem transtornos mentais em conflito com a lei.

Na enfermaria, os pacientes contam com suporte de médico clínico geral, médico psiquiatra, enfermagem, serviço social, psicologia, nutrição, educação física, terapia ocupacional e apoio assistencial e administrativo. Com capacidade para abrigar até 36 pacientes, a Enfermaria de Saúde Mental atualmente trata 32 pacientes, sendo 29 homens e três mulheres.

2025: ano do centenário de nascimento do Padre João Mohana no Maranhão

O médico, sacerdote e escritor João Mohana receberá homenagens em diversas instituições

O ano de 2025 marca o centenário de nascimento de uma das maiores personalidades da Cultura, da Religião, da Educação e da Medicina no Maranhão: João Miguel Mohana, mais conhecido como Padre João Mohana. Para celebração destes cem anos, uma vasta programação está sendo montada pela Academia Maranhense de Letras (AML), da qual era membro.

Outras instituições também estão se associando, e o sobrinho José Antônio Mohana, que cuida da preservação da sua memória, acredita que estas iniciativas são plenamente justificáveis, pelo que o Padre Mohana representa para os maranhenses.

Além dos seus sermões pronunciados aos domingos na Igreja da Sé, e em outros templos para onde era convidado, Padre Mohana exerceu grande influência em pessoas de todas as gerações, dentro e fora do Maranhão, pelos livros que escreveu: romances, psicologia, religião, sexualidade, bem como peças teatrais.

A sua estreia como escritor, em 1952, com o livro O Outro Caminho, teve uma grande repercussão nacional, pois recebeu da Academia Brasileira de Letras (ABL), o Prêmio Coelho Neto, e depois vieram dezenas de outros títulos lançados pelas editoras Loyola, Agir e Paulinas, alguns deles publicados, além do português, em inglês e espanhol.

José Antônio Mohana diz que a programação em homenagem ao tio está sob os cuidados do presidente da Academia Maranhense de Letras, Lourival Serejo, e várias instituições estão oferecendo contribuições para enriquecer a programação, como é caso da Secretaria Municipal de Cultural, que vai dar seu nome à Feira de Livros deste ano, Arquidiocese de São Luís, Universidade Federal do Maranhão e outras.

Ele acredita que outras iniciativas podem vir tanto parlamento estadual quanto municipais (de São Luís, onde viveu maior parte de sua vida; Bacabal, onde nasceu, e Viana, onde passou a adolescência a juventude), e até das bancadas federais na Câmara e no Senado. “Todas essas iniciativas são bem vindas”, diz.

Apesar de ter se destacado como sacerdote, escritor e orientador espiritual, Padre Mohana formou-se primeiro em Medicina, atendendo a um desejo do pai, Miguel, e só após a morte deste, seguiu sua verdadeira vocação.

Campanha da Fraternidade 2025 pede mudança de atitude com meio ambiente

Mensagem do Papa Francisco louva o que chama de “esforço em propor o tema da ecologia”

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou nesta Quarta-Feira de Cinzas (5) a Campanha da Fraternidade 2025, com o tema Fraternidade e Ecologia Integral.  O lema bíblico escolhido para a campanha e extraído do livro do Genesis é: “Deus viu que tudo era muito bom”.

Em nota, a CNBB destacou que a campanha foi inspirada na publicação da Carta Encíclica Laudato Si’ do papa Francisco que, em 2025, completa 10 anos; nos 800 anos da composição do Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis; e na 30ª Conferência das Partes (COP30), a ser realizada em novembro em Belém.

“O objetivo geral da campanha é promover, em espírito quaresmal e em tempos de urgente crise socioambiental, um processo de conversão integral, ouvindo o grito dos pobres e da Terra”, informou a entidade.

A CNBB divulgou ainda uma mensagem enviada pelo papa Francisco em razão da Campanha da Fraternidade 2025. No documento, o pontífice louva o que chama de “esforço em propor o tema da ecologia, junto à desejada conversão pessoal a Cristo”.

O santo padre chama a atenção de toda a humanidade para a “urgência de uma necessária mudança de atitude” em nossas relações com o meio ambiente e recorda que a atual crise ecológica simboliza um apelo a uma profunda conversão interior.

“O meu predecessor de venerável memória, São João Paulo II, já alertava que era preciso estimular e apoiar a ‘conversão ecológica’, que tornou a humanidade mais sensível ao tema do cuidado com a casa comum”, destacou Francisco.

“Que todos nós possamos, com o especial auxilio da graça de Deus neste tempo jubilar, mudar nossas convicções e práticas para deixar que a natureza descanse das nossas explorações gananciosas”, frisou.

Celebrada nacionalmente desde 1964, a campanha da fraternidade, de acordo com a CNBB, é um modo de a Igreja Católica no Brasil celebrar o período da quaresma, em preparação para a Páscoa, com atitudes de oração, jejum e caridade.

“O ponto alto da campanha é a coleta da solidariedade, realizada em todas as comunidades do Brasil no Domingo de Ramos – neste ano, nos dias 12 e 13 de abril. Os recursos são destinados a projetos sociais em todo o país”. (Agência Brasil)