Morre em São Luís, aos 91 anos, a professora Terezinha Rêgo

Terezinha Rêgo, professora e cientista maranhense, era reconhecida internacionalmente como doutora em Botânica e Fitoterapia

Faleceu na madrugada desta sexta-feira (3), no UDI Hospital, em São Luís, aos 91 anos, a professora maranhense e fitoterapeuta Terezinha de Jesus Almeida Silva Rêgo. Ela estava internada há aproximadamente uma semana após sofrer uma queda em casa que gerou um trauma na face, além de outras lesões e também foi diagnosticada com pneumonia.

Farmacêutica por formação e professora do Departamento de Farmácia da UFMA, Terezinha Rêgo era apaixonada pela flora medicinal desde a infância. Dedicou mais de cinco décadas de sua vida ao estudo e à valorização das plantas medicinais como ferramentas para a promoção da saúde e do bem-estar.

Doutora em Botânica, Terezinha Rêgo era membro fundadora da Academia Maranhense de Ciências. Livre Docente em Botânica Geral, permaneceu três anos na Universidade de São Paulo (USP), como bolsista da Capes, onde concluiu sua tese defendida em 1977 na Universidade Federal do Maranhão.

Natural de São Luís, Maranhão, Terezinha Rêgo foi professora titular do Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) desde 1977, onde também foi assessora da instituição. Era doutora em Botânica pela Universidade de São Paulo (USP); membro fundadora da Academia Maranhense de Ciências, onde ocupava a Cadeira nº 14; coordenou o Polo de Biotecnologia do Maranhão – MAR-BIO; fundou também o projeto de extensão em Fitoterapia no Herbário Ático Seabra, onde estão catalogadas quase 11 mil espécies que caracterizam a flora do Estado do Maranhão.

Foi eleita, em Cuba, representante de Etnobotânica junto à América Latina, de 1990 a 1994, e representou o Maranhão na Sociedade Botânica do Brasil. Além disso, coordenou projetos de fitoterapia em comunidades carentes do Maranhão por meio do programa estadual Farmácia Viva.

Terezinha dedicou sua vida à pesquisa científica, no estudo da fitoterapia, hortas medicinais, medicina popular, Pré-Amazônica, Etnobotânica e Espécies Medicinais. Foi uma das pioneiras na pesquisa de plantas com potencial terapêutico no país, e suas pesquisas com ervas medicinais foram responsáveis, por exemplo, pela produção de três medicamentos que combatem a pneumonia asiática na China.

Durante sua vida, recebeu várias premiações e homenagens por suas descobertas científicas. Em 2000, foi agraciada com as Palmas Universitárias concedidas pela Universidade Federal do Maranhão. Recebeu menção honrosa por ser uma das dez finalistas do Prêmio Darcy Ribeiro, um dos mais importantes prêmios da educação brasileira, por seu trabalho em prol da saúde da população e da formação de novos farmacêuticos, em 2018.

Recebeu o título de Acadêmica Emérita da Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil, uma honraria concedida a personalidades que se destacaram por suas contribuições à área da Farmácia.

Em uma sessão especial do Senado Federal, em 2019, Terezinha também foi reconhecida por seus 55 anos de dedicação à flora medicinal, além de ter recebido o Prêmio Fapema no mesmo ano.

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