Corte de verbas do governo paralisa aulas, limpeza e segurança em universidades federais

As universidades federais enfrentam um colapso operacional após o governo federal limitar o uso do orçamento de 2025. Até novembro, apenas cerca de 63% dos recursos poderão ser utilizados; o restante só será liberado em dezembro, comprometendo serviços essenciais e gerando dívidas acumuladas. A Universidade Federal de Alagoas, por exemplo, opera com R$ 4 milhões mensais, abaixo do necessário, e já cortou limpeza, segurança e manutenção. A previsão é que as atividades só sejam mantidas até setembro.

Na UFRJ, a situação é crítica: com R$ 61 milhões em dívidas, a universidade suspendeu aulas por falta de energia e água, reduziu serviços e cancelou disciplinas por falta de infraestrutura. Outras instituições, como UFRGS, Cefet-MG e UFCG, também suspenderam reformas, compras e serviços básicos para tentar equilibrar as contas.

O presidente da Andifes, José Daniel Diniz Melo, alerta que o bloqueio fere a lógica do custeio público, já que as universidades têm despesas mensais contínuas, como bolsas, segurança, energia e assistência estudantil. Liberar a maior parte dos recursos apenas em dezembro, segundo ele, torna o funcionamento regular inviável.

O MEC reconheceu os impactos da redução orçamentária acumulada nos últimos anos e afirmou atuar para recompor os recursos desde 2023. No entanto, o valor aprovado para 2025 (R$ 5,7 bilhões) é inferior ao solicitado pelas instituições (R$ 7,81 bilhões). Em resposta à crise, o Fórum de Reitores do Rio convocou uma reunião emergencial e articula apoio da bancada estadual para pressionar por recomposição orçamentária.

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